José Mario Sampaio
José Mario Sampaio
Natural de Andrequicé, distrito de Três Marias-MG, mas foi criado em Curvelo-MG. No final do ensino médio estudou no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte. Formou-se em Odontologia na UFMG.
José Mário Sampaio foi um grande e estimado trabalhador do Grupo Emmanuel de Estudos Evangélicos e da União Espírita Mineira. Sua atuação se destacou nas décadas de 1970 e 1980, tomando ênfase nos trabalhos mediúnicos e nos estudos evangélicos que foram seu grande campo de experiências e aprendizado.
Foi o fundador do primeiro Ciclo de estudos da mediunidade na União Espírita Mineira, para iniciantes nesta área. Sempre adotou uma postura clara, objetiva e firme com relação ao trato com as manifestações dos espíritos, tornando-se uma referência em assuntos de mediunidade.
Em suas palestras era muito criativo e didático ao ponto de criar métodos de aprendizagem eficazes. Em seus cursos ficou conhecida a famosa “equação da mediunidade” que ele apresentava: PM= M+M+M, que significa que a Produção Mediúnica é igual à somatória do Médium, do Meio e do Mensageiro.
Na palavras de seu filho, Jader Sampaio, que escreveu sua biografia*, encontramos:
“O ciclo de estudos sobre mediunidade ficou, até a desencarnação, em 1987, sob a responsabilidade de José Mário e foi desenvolvido, pelo que sei, em parceria com Oswaldo Abreu. Durava cerca de oito meses, e era composto de palestras que tratavam de assuntos teóricos e práticos da mediunidade. Do conceito de mediunidade, aos diferentes tipos de médiuns, da sintonia aos mecanismos da mediunidade, da oração ao dia a dia das reuniões mediúnicas, diversos assuntos faziam parte desta preparação inicial dos médiuns.
Se alguém se apresentava com uma possível sensibilidade ou uma acentuada faculdade de perceber os espíritos, era orientado a passar por estes cursos antes de se integrar aos grupos de prática mediúnica. ‘Mais que aprender a dar comunicação, é importante que o médium aprenda a controlá-la’, dizia José Mário.
Algumas pessoas assistiam ao ciclo diversas vezes. Quando eu lhes perguntava por que faziam isso, uns diziam ‘ter a oportunidade de aprender mais’, outras não escondiam a admiração pela palavra clara e didática do expositor, outras tinham o interesse em levar a prática para seus centros espíritas de origem e queriam aprender bem, outras diziam que haviam perdido algum dos temas e não queriam ficar sem ver tudo. Não demorou muito para que se fizessem apostilas sobre mediunidade, que eram uma espécie de ‘organizadores prévios’ do tema, pequenos textos contendo informações sobre o tema, colhidas em diversas obras da literatura espírita, com grande influência do pensamento de Kardec e dos espíritos de Chico Xavier, mas com incursões pelos clássicos do Espiritismo, Bozzano e muitos outros autores. Os participantes faziam listas, tiravam cópias xerox (fotocópias, no princípio…) com seus próprios recursos e alguns as levavam e faziam anotações.
Da apostila veio um livreto, em 1983, que ele organizou conjuntamente com Oswaldo Abreu, publicado anonimamente, sob União Espírita Mineira e intitulado Mediunidade, que é o sexto livro da coleção Evangelho e Espiritismo e que foi distribuído gratuitamente aos interessados durante anos a fio.
Ele tratava de mediunidade, passes, evangelho e temas doutrinários em seus estudos. Não fazia conferências, mas era capaz de falar por duas horas seguidas sem que as pessoas mostrassem cansaço ou tédio. A palavra fluía fácil e os exemplos eram muito próximos da realidade do público.
Era seguro em suas afirmações e evitava os conflitos e confrontos desnecessários com o público. Não rendia questões polêmicas, tão ao gosto de alguns companheiros de doutrina.”.
Amigo dedicado, pai amoroso e companheiro sempre disposto a aconchegar todos que o procuravam, desencarnou em Belo Horizonte no dia 7 de setembro de 1987.